Yazaki realiza triagem para novo projeto
Edilson Kernicki, com reportagem de Paulo Henrique Sava e Rodrigo Zub
A Yazaki Autoparts do Brasil iniciou uma seleção de novos funcionários. O processo de triagem abrangeu 280 pessoas nas duas últimas semanas e foi realizado na Agência do Trabalhador. “Em conversa com o RH [setor de Recursos Humanos] da empresa, existe uma tendência que tenhamos mais triagens. Mas isso é uma coisa que nem a empresa consegue nos passar nem nós conseguimos determinar”, adianta o chefe da Agência do Trabalhador de Irati, Marcelo de Ávila Francos.
A triagem ocorre de forma esporádica. Por isso, o chefe da Agência do Trabalhador não tem previsão de quando ocorre a próxima. De qualquer forma, já está certo que a fábrica terá um novo projeto do seu cliente Renault e, consequentemente, mais postos de trabalho em breve. Entretanto, a triagem não necessariamente significa garantia de contratação. Os requisitos fundamentais para o candidato – inclusive nas próximas triagens – são ter, no mínimo, 18 anos, e ensino médio completo.
“O primeiro passo para a contratação na empresa é triar, ou seja, selecionar aqueles que, além de ter perfil, passam por uma prova aplicada pela empresa. Selecionados os trabalhadores, eles passam por uma segunda etapa, que é dentro da empresa, como o exame médico, que é natural em qualquer contratação, seja no setor público ou privado. Depois disso, há um período de treinamento. É um processo longo, tanto para nós quanto para a própria empresa”, comenta o chefe da Agência do Trabalhador. As efetivações estão previstas para ocorrer no início de 2020.
“Nos processos anteriores, tivemos mais de 180 contratações, desses processos que se iniciaram entre abril e maio. As triagens são bem esporádicas e atendem à demanda do momento. Foi um número bem interessante de contratações pela empresa e ajuda bastante nos números, na produtividade e, principalmente, ao trabalhador, que tanto necessita”, acrescenta Marcelo.
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Segundo o chefe da Agência do Trabalhador, com a perspectiva da abertura da nova planta da Yazaki, o número de novas vagas deve se aproximar de 400, o que revela um bom cenário local, mesmo em meio a um período de recessão econômica. “Estamos vendo sinais que nos levam a crer que as coisas vão melhorar. As coisas estão melhorando, mas o impacto não é imediato, é de médio e longo prazo”, analisa.
“Entendo o afã e a necessidade que todos temos em trabalhar. Mas o que temos que entender é que existem especificidades e um perfil que nos é exigido. Lá na Agência, colocamos conforme o perfil que nos é determinado pela empresa. Somos intermediadores de uma mão de obra, intermediadores de uma relação empregador e trabalhador. Esse é nosso papel”, explica o chefe da Agência do Trabalhador.
Segundo Marcelo, tem sido relativamente fácil preencher as vagas de acordo com o perfil solicitado pela Yazaki, até porque não é requisitada experiência prévia na área, apenas o ensino médio completo e a idade mínima de 18 anos. Aliás, o chefe da Agência do Trabalhador ressalta que, nos últimos anos, houve uma transformação no perfil do trabalhador iratiense. “Tínhamos um perfil de população que tinha, em sua grande maioria, [ensino] fundamental incompleto. Hoje, com a exigência pelas empresas quanto ao ensino médio, cresceu muito o número de pessoas que procuraram terminar, pelo menos, o ensino médio”, revela. Nesse sentido, o curso supletivo oferecido pelo Centro de Educação Básica de Jovens e Adultos (CEEBJA) contribuiu em grande parte para essa mudança de perfil. No entanto, o preenchimento de vagas que exigem experiência comprovada em determinado setor continua a gerar dificuldades.
Vagas temporárias
Para este final de ano, a Agência do Trabalhador disponibiliza vagas de trabalho temporário visando as safras. “Temos operador de secador, serviços gerais na safra, balanceiros, gente para a emissão de nota fiscal. Para a safra, temos essa procura desde o início de novembro. Normalmente, essas vagas não exigem experiência. Mas, se tiver, já auxilia bastante, pois como essas vagas abrem anualmente, as pessoas passam a adquirir experiência nessa área e isso acaba sendo um diferencial”, diz. As vagas envolvem cooperativas de Irati e da região.
Em relação a vagas temporárias no comércio, que são muito esperadas nesse período que antecede o Natal, ainda não houve procura das lojas para a contratação de vendedores e de operadores de caixa, que são os dois tipos de postos de trabalho temporário habitualmente criados nessa época do ano. “Quero crer que ainda tenhamos para o início de dezembro. Até o dia 10 [de dezembro], acredito que tenhamos essa procura, sim, para trabalhadores temporários de final de ano”, diz.
Sobre a contratação de pessoas com deficiência (PCD), vale lembrar que empresas com 100 ou mais empregados devem preencher de 2% a 5% de suas vagas para beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência habilitadas, conforme o artigo 93 da Lei 8.213/1991. A cota de 2% se enquadra para empresas com até 200 empregados. Para empresas com 201 a 500 empregados, essa faixa aumenta para 3%; de 501 a 1000 empregados, 4% e, de 1001 empregados em diante, 5%. “Assim como o Jovem Aprendiz, essas vagas não têm um período certo para abrir, elas abrem conforme a demanda. Nesse caso, é interessante que o candidato nos apresente a carteira de trabalho e o laudo médico com o CID [Classificação Internacional de Doenças]”, explica.
O saldo do emprego em Irati para os três primeiros trimestres de 2019, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), é positivo. “Trabalhamos na faixa de 3.600 contratações e a contrapartida é de 3.300 a 3.400 demissões. Mesmo assim, a preocupação é grande porque se faz ainda muitos Seguros Desempregos. Sou eu quem faz o Seguro Desemprego na Agência e fazemos em torno de 230, em média”, conclui.